Conheça as diferentes versões deste instrumento utilizado pelo quarteto Quinta Essentia
A flauta doce, instrumento de sopro conhecido pelos seus sons suaves, é um modelo que possui uma enorme variação em sua família, tanto em tamanho quanto em subfamílias ou períodos históricos. Geralmente, quando se fala em instrumento de sopro, a primeira referência que as pessoas conhecem são as flautas soprano, contralto, tenor e baixo, facilmente encontradas.
Para quem se interessa por este tipo de flauta, é importante saber que a família da flauta doce não se resume ao quarteto citado anteriormente, ou no sexteto, quando incluídas a flauta Sopranino e Grande-Baixo. Há muitos outros modelos para se conhecer e que são exploradas pelo quarteto Quinta Essentia – grupo que se apresentará na 22º temporada dos Concertos Astra-Finamax. (Clique aqui e saiba mais)
O consort barroco: esse tipo de flauta é o mais utilizado hoje em dia, geralmente sendo uma cópia ou uma flauta “neo-barroca” projetada atualmente, porém baseada em um dos modelos históricos deste período. Geralmente estas flautas são afinadas em Dó ou em Fá (da mais aguda para a mais grave).
O consort renascentista: no período renascentista, a flauta doce era comumente utilizada em grupos chamados consorts – grupo de instrumentos da mesma família, que são tocados como se fosse um coral. Na época existiam consorts de violas, de flautas doces ou de outros instrumentos. O conjunto dessas flautas é geralmente afinado em quintas justas – intervalo entre duas notas distantes entre si. Desta forma, a nomenclatura desses instrumentos é ligeiramente diferente dos barrocos.
A composição desses instrumentos se baseia em um tubo cilíndrico, com praticamente o mesmo diâmetro no bocal e no final do tubo, gerando notas graves muito mais potentes que suas correspondentes nas flautas barrocas.
Flautas quadradas: desenvolvidas por dois luthiers alemães, os instrumentos se baseiam em tubos internos do órgão, que geralmente são quadrados e de madeira. Elas são instrumentos com a resposta de articulação muito presente e grande volume quando comparadas às tradicionais cilíndricas. São ideais para tocar música moderna, contemporânea e também música brasileira. Essas inovadoras e diferentes flautas estão presentes nas apresentações do grupo Quinta Essentia.
Flautas dos sonhos: as flautas renascentistas possuem o timbre mais amado pelos flautistas, porém seu dedilhado é mais complexo e a sua extensão é limitada. Já as flautas barrocas possuem o dedilhado mais simples, porém com pouco volume. Pensando em juntar os dois modelos para melhorar a performance foi criada a Flauta dos Sonhos. O modelo possui tubo largo como as renascentistas, porém com dedilhado barroco. Elas são perfeitas para serem usadas em grupos de flautas doces ou para serem tocadas com instrumentos modernos, pois possuem maior projeção que as flautas barrocas.
Flautas harmônicas: esses modelos foram desenvolvidos a partir das flautas barrocas. Geralmente, elas possuem chaves nas notas mais graves – que também facilitam a emissão das notas da terceira oitava -, e possuem o tubo ligeiramente mais cilíndrico e mais largo do que as barrocas. Seu som é bem parecido ao de uma flauta barroca, porém com um pouco mais de projeção. A ideia destas flautas é ampliar a sua extensão na terceira oitava.
Flautas com bocal móvel: a experiência de desenvolver novos instrumentos e ampliar as possibilidades da flauta doce chega ao extremo com as flautas de bocal móvel. Elas possuem o tubo interno seguindo as proporções das flautas harmônicas, porém o bloco e o teto são móveis, e o flautista pode alterar o timbre do instrumento durante a apresentação, seja pela pressão nos lábios, pelo parafuso situado abaixo do bocal ou pela movimentação do teto do canal de ar.
Flauta Eagle: esta é uma flauta única, desenvolvida com a intenção de ampliar o volume da flauta doce para os padrões modernos, de forma que ela possa ser tocada junto a instrumentos como piano, violino e flauta transversal, ou à frente de uma orquestra.
Flauta elétrica: esse modelo conta com um captador interno, que possibilita plugar o instrumento em um amplificador, assim como uma guitarra ou baixo. Este sistema pode ser usado para adicionar efeitos eletroacústicos como pedais, distorções e outros, assim como apenas para amplificar o som puro do instrumento, com mínima interferência externa.
Este texto é uma adaptação do conteúdo do site do Grupo Quinta Essentia
Texto original: http://quintaessentia.com.br/artigo/infinidade-de-instrumentos